Jardins de Lisboa - Gulbenkian Pt.1

Quando pensei na ideia de uma série de artigos sobre jardins e parques em Lisboa, pensei imediatamente no Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian. Não só estive lá muitas vezes, como a cada vez que vou, sinto-me como novo, e descubro sempre um caminho que não conhecia antes! Assim, como segunda edição dos Jardins de Lisboa, depois da doce surpresa do Jardim Amália Rodrigues, um lugar que só recentemente descobri, vou agora mudar-me para um que conheço demasiado bem.

Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, Av. de Berna 45, 1050-099 Lisboa, Portugal

Museu Calouste Gulbenkian

Av. de Berna 45A, 1067-001 Lisboa, Portugal

A Fundação Calouste Gulbenkian é uma organização muito importante em Portugal, dedicada à arte, ciência e educação (entre outros objectivos). A sua criação teve início na década de 1950, depois do fundador, Calouste Gulbenkian, ter declarado no seu testamento que todos os seus bens e fundos deveriam ser entregues ao Estado para serem utilizados na construção da fundação. E até hoje está de pé, localizada em São Sebastião. Esta não é a única coisa em comum com o referido Jardim Amália Rodrigues; tal como o parque mais pequeno, o Jardim Gulbenkian faz com que se sinta que a cidade está longe, como se tivesse entrado numa região diferente. O jardim Amália Rodrigues consegue isto por ser mais alto do que as ruas circundantes, mas a Gulbenkian fá-lo rodeando as suas instalações com árvores e muros altos, transportando-o para o seu pequeno mundo longe de Lisboa.

Dentro deste luxuriante e variado jardim encontram-se também a sede da Fundação, o principal museu de arte Gulbenkian, a sala de concertos Gulbenkian (onde se ouvem arranjos orquestrais fantásticos), o Anfiteatro ao ar livre para workshops, apresentações e concertos ao vivo, e a Biblioteca da Fundação, com uma enorme selecção de obras muito importantes sobre uma variedade de temas, e que eu próprio visitei muitas vezes durante os meus anos universitários (e valeu mesmo a pena). Todos estes edifícios culturalmente relevantes (contando também com o museu de arte moderna no exterior) têm uma apresentação muito severa e sóbria, que contrasta de forma absolutamente harmoniosa com a vegetação circundante.

Agora, pondo de lado os museus, bibliotecas e outros grandes edifícios, também há cafés e terraços com uma vista maravilhosa das árvores ou do lago, não é raro as pessoas sentarem-se ali para um café, uma boa leitura e um esboço ocasional. Mas a crème de la crème são simplesmente os passeios incríveis que pode fazer entre árvores e arbustos, lagos e riachos, misturando-se com patos e peixes koi, explorando todos os caminhos e vendo toda a vida vegetal existente. Este artigo já foi longo o suficiente, mas vou elaborar mais sobre a flora e fauna na parte 2, procure-a!